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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

São Paulo, 457 anos: comemorar o quê?

Paulista e paulistana, esta blogueira-cidadã sente "orgulho bom" de ter nascido e viver na cidade de São Paulo.

Terra de contrastes. Riquíssima em alguns recantos aprazíveis, de primeiro mundo. Miserável em outros tantos lugares, centrais ou periféricos.

Filha de nordestino e paulista do Vale do Paraíba, esta blogueira nasceu, cresceu e viveu a maior parte dos seus 57 anos de vida na chamada "ZL", zona leste de São Paulo, a região mais populosa, mais carente, mais abandonada pelo poder público, mais castigada pela ignorância, incompetência e desamor dos que constitucionalmente têm o dever de cuidar da cidade e de seus habitantes.

São Paulo é belíssima, vibrante, complexa, rica, viva, fascinante. Mas há anos vem se tornando triste, suja, encardida, condição devida ao desrespeito, menoscabo, ausência quase geral de comprometimento público de seus administradores.

A cidade e o estado estão nas mãos da fina flor do demotucanato, como se sabe. São cerca de 20 anos de atraso, tacanhice, obscurantismo, arrogância, prepotência... travestidos de pseudointelectualidade.

Enchentes, alagamentos, deslizamentos, sucessivos e inexplicáveis incêndios em favelas, lixo, muito lixo, imundícies de toda a espécie. Inclusive a pior delas: a sujeira moral de gestores comprometidos apenas com seus interesses mais mesquinhos.

Aqui, na maior e mais próspera cidade do País, por incrível que possa parecer, acreditem!, a necessidade da construção da cidadania se faz a mais radical, a mais premente, urgentíssima! Antes que as sombras e as trevas tomem conta de tudo. 

O Brasil inteiro está aqui. O mundo inteiro também. Tudo aqui é grande, gigantesco, exponencial. A corrupção e a criminalidade engravatadas também.

E numa cidade cuja riqueza assanha tantos interesses, inclusive os mais espúrios e inconfessáveis, com tanta legislação moderna, comissão disso e daquilo, ouvidorias mil, o supra-sumo da civilidade... o pobre cidadão e a pobre cidadã são obrigados a "conviver" com a tacanhice, a falta de compostura, o despreparo, a desfaçatez, a ignorância, o abuso de poder. De uma casta de "servidores" públicos que se julga acima das leis.


Uma "tragédia" anunciada

Há um ano, nas vésperas da cidade comemorar mais um aniversário, um fato lamentável ocorreu num dos quintais da região leste de São Paulo, mais precisamente no bairro de Engenheiro Goulart, Penha, muito próximo do Parque Ecológico do Tietê: uma cerejeira-do-campo (Eugenia involucrata), nativa, centenária, que ainda florescia e frutificava todos os anos, e que vinha sofrendo maus-tratos provocados pela fúria, psicopatia e ignorância de sua "dona", professora do ensino público, foi criminosamente derrubada, sem dó nem piedade, como se diz, com a cumplicidade de agentes públicos municipais e de veículos de comunicação da velha mídia, que não consideraram o fato digno sequer de registro. É bom que se diga: árvore, sobretudo como esta, é "bem de interesse público", protegido pela legislação.

Esta blogueira-cidadã, até então apenas cidadã leitora de blogs e da mídia em geral, tomou uma série de medidas a propósito. Antes, durante e depois do descalabro. Alertou, avisou, pediu ajuda, gritou, denunciou. Para amigos, conhecidos, estudiosos, particulares, jornalistas e "otoridades" públicas. "Botou a boca no trombone." Exerceu seus direitos de cidadania, pedindo apoio, explicações, questionando, acionando diversas esferas... 

O que esta blogueira-cidadã auferiu com tudo isso?

Aborrecimentos, constrangimento ilegal, ameaças, tentativas de atentado, truculência, violência moral e psicológica.

Os "servidores" públicos e a "dona" da árvore continuam indo "muito bem, obrigado"...

A seguir, algumas imagens da violência feroz, delinquente e irreparada.


 A cerejeira, 1 semana antes do crime


                                                              Começa o descalabro...


                                                                   Não há mais copa...


 Crime consumado













2 comentários:

  1. Sonia:

    Em 1973 eu morava aí e li um livro editado pelo CÍRCULO DO LIVRO: MANÚ - A menina que sabia ouvir.

    No livro eu fazia uma correlação com o que era Sampa e isto há 38 anos atrás. Hoje tudo recrudesceu.

    Não temos mais o Ibirapuera para zoar nas moites em cima do museu da aeronáutica e existe muito mais MENOS VERDE.

    Um dia eles se arrependerão...

    Há dias escrevi um post: POROS PARA SÃO PAULO RESPIRAR - Eis uma solução. Dá uma olhadinha...

    Abraço,

    GIBA

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  2. Gilberto, respondi ontem a este teu comentário. Mas acho que ele se perdeu... Dizia que não entendo essa verdadeira "dinastia" tucana, há quase 20 anos no poder em São Paulo, e responsável, claro, por esses descalabros... Já fui no teu blog... Abraços.

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