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A mais recente leva de documentos secretos divulgados pelo site Wikileaks acabou respingando também no Brasil, com as revelações que colocaram o ministro da Defesa, Nelson Jobim, numa tremenda saia justa. Mas nosso envolvimento não passa de fofocas envolvendo egos e ciúmes entre ministros do governo Lula. Muito mais importante é o debate que está ganhando força e que já colocou a imprensa mundial diante de um dilema bem complicado. Ou ela pega a deixa do Wikileaks e passa a investigar a autenticidade e os detalhes dos documentos publicados, ou vai se acomodar tornando-se cúmplice de uma eventual ação de governos impondo a censura ao site criado pelo australiano Julian Assange. Enquanto os governos buscam formulas legais para acabar com a sequência de documentos secretos trazidos à luz do dia pelo Wikileaks, entre os jornalistas surge um debate que, embora ainda encabulado, já começa a provocar uma aguda divisão em campos opostos. A maioria dos jornais e dos jornalistas não está discutindo a autenticidade ou as conseqüências dos documentos revelados, mas sim as motivações de Assange. Se é um ególatra em busca de fama, se é um terrorista disfarçado de ativista social, se é um estuprador, e por aí vai. Os norte-americanos Robert Niles, do Instituto Poynter, e Jay Rosen, na Universidade de Nova York (NYU) *, ambos professores de jornalismo, defendem a tese de que o Wikileaks pode ter lá seus motivos ocultos, mas uma coisa é real: o site fez aquilo que a imprensa mundial deveria ter feito para expor à luz pública o que corre pelos bastidores da política mundial e que o cidadão comum nunca toma conhecimento. O fenômeno Wikileaks está dividindo os jornalistas em duas correntes, segundo Niles. De um lado estão os que defendem a tese de que a informação deve chegar até o público, não importa os meios e formas, para que o cidadão possa exercer o seu direito de decidir sobre os rumos do país; e do outro, os profissionais que desejam controlar o fluxo da informação para manter os seus empregos. Há também os que acreditam como Jay Rosen, que “se a imprensa realmente patrulhasse os governos, políticos e empresários, a existência do site Wikileaks se tornaria desnecessária”. Talvez esteja aí a chave para recolocar o debate sobre o vazamento de documento secretos no seu verdadeiro contexto. Outro elemento importante para entender a polêmica é a leitura de um texto de Julian Assange, publicado pelo blog Zunguzungu, no qual o criador do Wikileaks diz que se inspira nas idéias do presidente norte-americano Theodor Roosevelt sobre a necessidade da transparência universal e prega uma “conspiração computacional para acabar com o governo invisível“ globalizado. Na sexta-feira (3/12), começou uma guerrilha cibernética em torno da hospedagem do Wikileaks. O site perdeu seu endereço nos Estados Unidos, porque foi retirado do ar pela empresa que o hospedava, e a partir daí teve que migrar sucessivamente para a Suíça, Alemanha, Finlândia e Dinamarca. Tanto o site como Assange estão a um passo de se transformarem em párias mundiais no meio da polêmica sobre liberdade dos fluxos informativos. (postado no Observatório da Imprensa - www.observatoriodaimprensa.com.br 03.12.2010) |
Cidadania, Comunicação e Direitos Humanos * Judiciário e Justiça * Liberdade de Expressão * Mídia Digital Editoria/Sônia Amorim: ativista, blogueira, escritora, professora universitária, palestrante e "canalhóloga" Desafinando o Coro dos Contentes...
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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
WikiLeaks, o Fenômeno
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Olá, descobri seu blog e gostei bastante. Aliás, sobre esse texto tbém, mesmo estando a favor do Wikileaks. É nosso papel refletir sobre o que está nas entrelinhas, no que não foi desvelado ainda. Parabéns. Estou te seguindo e a acompanharei. Me siga tbém, contribua, comente, dê sugestões, eu vou gostar muito. O end. é: http://palavrasdeumnovomundo.blogspot.com
ResponderExcluirAbraço. Rosa
Seja bem-vinda, Rosa. Também estarei te seguindo. Eu não diria que o texto postado é "a favor" do WikiLeaks. Eu mesma, que "deveria" ter uma posição a respeito, quero saber mais antes de tomar partido. Não sei até que ponto é positivo para o mundo "jogar um país contra o outro"... Já temos confronto e beligerância demais... E me pergunto se a motivação declarada (escancarar a "Verdade") é mesmo a real... Abraços.
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