Quem diria?! O Datafolha, instituto de pesquisa do Grupo Folha, cujo jornal Folha de S. Paulo fez campanha intensiva, leviana e feroz contra a então candidata a presidente Dilma Rousseff, Folha de S. Paulo que recorreu à Justiça para ter acesso aos autos do processo da ditadura contra a então "subversiva" Dilma, nos anos 70, procurando utilizar dados da ação para atacar a presidenta eleita, essa mesmíssima Folha de S. Paulo estampou hoje uma manchete extremamente favorável a Dilma e ao governo.
Não teve jeito. Como esconder ou subverter os dados da pesquisa? Obviamente, os resultados da pesquisa poderiam ter sido publicados num espaço menor, sem destaque. Mas foi trombeteado na manchete principal. E como ninguém aqui é "marinheira de primeira viagem", perguntamos: O que quer a Folha de S. Paulo? O que poderia estar por trás desse "afago"?
A Folha de S. Paulo e toda a velha mídia têm interesses relativos à distribuição de verba publicitária governamental, por exemplo. Seria visando tais interesses que a Folha procura de certa forma uma "reconciliação" com a presidenta eleita?
A Folha de S. Paulo tem anunciantes, por exemplo. Grandes empresas, grandes negócios, inclusive com o governo, PAC e companhia ilimitada...
Nossa intenção aqui é sempre que possível ler as entrelinhas, o que pode estar por trás da notícia. Sobretudo no que diz respeito à velha e apodrecida mídia. Dizem que "o brasileiro não tem memória". Mas esta blogueira costuma ter. E a recente campanha eleitoral, ferocíssima contra Dilma Rousseff, foi quase um linchamento moral.
Portanto, reproduzimos a notícia da Folha abaixo, a partir do portal, e sugerimos uma leitura crítica, uma análise e reflexão mais profunda sobre os dados e a interpretação do jornal. Afinal, de boas intenções o inferno está cheio...
Governo Dilma será igual ou melhor que Lula para 83%
Silvio Navarro
São Paulo
22/12/2010
A presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), fará um governo igual ou melhor que o do presidente Lula para 83% dos brasileiros, revela pesquisa Datafolha.
De acordo com o instituto, a expectativa de 53% dos entrevistados é que a gestão da petista seja similar à do antecessor. Outros 30% avaliam que ela se sairá melhor.
A estratificação do levantamento mostra que Dilma obtém seus melhores índices na fatia da população menos escolarizada, mais jovem e que declara renda mensal de até cinco salários mínimos.
Foram ouvidas em todo o país 11.281 pessoas, de 17 a 19 do mês passado.
A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Para 73%, o futuro governo de Dilma será ótimo ou bom. É o segundo percentual mais alto de expectativa sobre o mandato de um presidente eleito desde a redemocratização do país.
Em dezembro de 2002, a expectativa positiva sobre Lula era de 76%.
Os números de Dilma superam os do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) tanto no primeiro mandato (70%) como no segundo (41%). Fernando Collor (1990-92) obteve 71%.
Não foi feita pesquisa em 2006.
Os picos positivos foram demonstrados no Nordeste do país, especialmente em Pernambuco (78%), no Ceará (79%) e em Minas Gerais (80%). No Sul, o índice de otimismo cai para 68%.
PROMESSAS
O instituto sondou o percentual de confiança dos eleitores sobre o cumprimento de promessas de campanha. Uma parcela de 31% disse acreditar que ela cumprirá a maioria das promessas, outros 59% esperam que cumpra parte delas, e 6% acham que não realizará nenhuma.
Os números são similares ao que o brasileiro esperava de Lula em 2002. À época, 31% acreditavam que ele fosse cumprir suas promessas.
A diferença entre a expectativa em relação a Dilma e a que se tinha sobre o Lula está nas áreas de atuação de governo. Para 18% dos entrevistados, a gestão dela se sairá melhor na saúde. Em seguida, aparecem economia (12%) e educação (12%).
Quando se trata da expectativa sobre a área em que o novo governo terá o pior desempenho, destacam-se saúde (13%), combate à violência e segurança pública (13%).
Antes do primeiro mandato, 27% apostavam que a administração de Lula avançaria no combate ao desemprego, e 18%, na erradicação da fome e miséria. Para 10%, a economia declinaria.
Tanto Lula como Dilma marcam seus índices mais altos de "ruim ou péssimo" quando a expectativa é sobre o combate à corrupção (10% para ele, e 20% para ela).
A exemplo do que ocorreu em relação a Lula (43%), em 2002, agora os entrevistados acreditam que os "trabalhadores" serão os mais beneficiados pelo governo (33%).
Nos demais setores a serem beneficiados, no entanto, não há semelhanças. Em 2002, 14% citavam a agricultura, e 11%, a indústria, como áreas que seriam privilegiadas. Neste ano, aparecem políticos (13%) e bancos (10%).
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