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sábado, 19 de maio de 2012
Dilma e o Cardeal Arns: encontro histórico
Dom Paulo Evaristo Arns foi figura-chave, da maior importância, na resistência à ditadura militar, estando lado a lado dos "combatentes", incansavelmente, participando das movimentações todas, protegendo perseguidos, fazendo pronunciamentos.
Eu que vivi estes anos de chumbo como estudante da USP tive a honra de compartilhar muitas destas mobilizações.
O Brasil deve imensamente a este homem extraordinário.
Dilma visita e homenageia cardeal Arns
A presidente Dilma Rousseff visitou, no final da tarde de ontem (18), o cardeal Paulo Evaristo Arns. Foi um encontro rápido, reservado e, sobretudo, simbólico. Dois dias após ter instalado a Comissão da Verdade, o objetivo da chefe de Estado era homenagear o arcebispo emérito de São Paulo por seu trabalho à frente da histórica pesquisa Brasil Nunca Mais.
Realizada entre 1979 e 1985, a pesquisa reuniu e organizou 707 processos do Tribunal Superior Militar. O resultado, um extenso documento sobre torturas e outras violações de direitos humanos ocorridas no período do regime militar, é apontado por especialistas como precursor da Comissão da Verdade.
O cardeal Arns pertence à Ordem dos Frades Menores, fundada por São Francisco de Assis. Tem 90 anos e, com saúde debilitada, vive praticamente recluso em uma residência mantida pelas irmãs franciscanas na periferia de Taboão da Serra, região metropolitana de São Paulo.
O encontro estava marcado para as 16h15, mas Dilma chegou com quase uma hora de atraso. Os dois conversaram no andar térreo da casa das irmãs, acompanhados pelo secretário geral da Presidência, o ex-seminarista Gilberto Carvalho.
Passados pouco mais de 40 minutos, Dilma deixou a residência. Na saída, desceu o vidro do automóvel e, sorridente, acenou para um pequeno grupo de moradores do Parque Monte Alegre que a aguardava na rua.
D. Paulo se manteve no interior da casa. Segundo uma das irmãs que o assistem, ficou cansado e se retirou logo para seus aposentos.
O Planalto não divulgou detalhes da conversa. Em comentário não oficial, um assessor da Presidência qualificou o encontro como “histórico".
Estadão Online
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