Tradutor

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Yoani já está em Praga e falou ontem ao Roda Viva


ENTREVISTA


Com uma juventude reduzida e apática e um acesso restrito, lento e de alto custo à internet, não se pode esperar uma "Primavera Cubana" na ilha comandada pelos irmãos Castro. As mudanças que se pretendem deverão ser implementadas por outras vias.

Sobre estas dificuldades e os malabarismos que faz para manter seu blog - Generación Y - devido ao precário acesso à internet em Cuba, a suposta condição de "agente da CIA" e a tumultuada viagem ao Brasil, onde foi perseguida pelo que há de mais tosco e virulento na esquerda, a ativista e blogueira Yoani Sánchez falou ontem ao Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, em entrevista gravada dias antes.

A entrevista mostrou, de novo, uma mulher madura, objetiva, de mente clara, inteligentíssima, articulada, espirituosa, talentosa. Só não vê quem não quer...

Yoani já está em Praga e acabou de postar uma foto de sua chegada em seu Twitter.


                                                                      Twitter  @yoanisanchez


Roda Viva


mmm

Justiça é uma coisa e Judiciário é outra


JUDICIÁRIO CIDADÃO


"(...) a causa da minha desesperança não é o Direito, propriamente, mas um tipo de organização de sociedade que privilegia a riqueza, com descomunal desigualdade social e concentração de renda, gerando uma horda de famintos, pobres, miseráveis e excluídos.

(...) é nossa tarefa, dos críticos e inconformados, estudar, pensar e teorizar como o Direito pode interferir para interromper este processo de geração de pobres, miseráveis e excluídos. Porém, se isto não é possível, se o Direito não faz revoluções, pelo menos não vamos impedir que a história tenha seu curso e que as revoluções aconteçam."

O juiz-cidadão-blogueiro. Charge de Carlos Latuff.


Se o Direito não faz revoluções, pelo menos que não impeça o curso da história


A liberdade guiando o povo - Eugène Delacroix


Gerivaldo Neiva*

A cada ano aumenta em mim um pouco mais a descrença no atual modelo de Poder Judiciário. O que não significa dizer, evidentemente, descrença ou desesperança na Justiça. Que fique claro, portanto, que Judiciário e Justiça são dois entes bem distintos e não necessariamente andam juntos. Da mesma forma, aumenta em mim a cada ano a descrença na Lei como solução para os problemas da humanidade. O que não significa dizer, evidentemente, descrença ou desesperança no Direito. Que fique claro, portanto, que Lei e Direito são dois entes bem distintos e não necessariamente andam juntos.

Sei também, visto que não sou pessoa especial, que este sentimento é compartilhado por muitos e sei que são muitas as tentativas de teorizar e pensar alternativas ao modelo atual de Judiciário e ao conceito de Direito que nos legou a modernidade, ou seja, o Direito como norma. Da mesma forma, sei que esta angústia não é um privilégio dessa geração da qual fazemos parte. Na história, muitos já se rebelaram e até morreram em busca de alternativas para a humanidade. Logo, não há nada de novo em ser crítico e inconformado com o que está posto. 


Outro dia, por exemplo, a capa de uma revista[1] me chamou a atenção: “A Justiça no banco dos réus”. No subtítulo: “Da antiguidade aos dias de hoje, os julgamentos polêmicos que escandalizaram sociedades e ainda provocam debates sobre as decisões do poder judiciário”. Em resumo, eis os casos:

I – Antiguidade: Jesus Cristo e Sócrates

II – Idade Média: Joana d’Arc, Templários e Jacques Coeur

III – Idade Moderna: Galileu, Nicolas Fouquet, Jean Calas, Luiz XVI e Duque de Enghien

IV – Idade Contemporânea: o caso Dreyfus, Nelson Mandela, índio Galdino, Julian Assange e as integrantes do grupo russo Pussy Riot
Sei que cada um dos leitores tem algum outro caso em mente e a lista não teria fim: Felipe dos Santos, Tiradentes, Prestes, Mensalão etc.

Bom, relatar casos é fácil. O mais difícil é entender as razões de cada julgamento. Para tanto, creio ser imprescindível entender cada período e sua conjuntura política, econômica, social e religiosa em busca de luz para entender esses julgamentos. Mas, sendo assim, esses julgamentos estariam relacionados ao “judiciário” e leis de cada época ou à conjuntura de cada época? Então, complicando mais ainda, haveria um Direito que dava suporte teórico a esses julgamentos ou o Direito também estaria relacionado à conjuntura de cada época?

Metaforicamente, voltaríamos ao velho enigma: quem nasceu primeiro: o ovo (a lei e o direito) ou a galinha (a história e suas contradições)? Como ainda hoje fazem as crianças, poderíamos divagar em várias hipóteses sobre a ordem dos nascimentos e nunca se chegar a uma conclusão. A ciência, no entanto, defende a teoria de que a galinha nasceu primeiro, mas ainda não podemos dormir direito com a infinita incerteza de como teria nascido a primeira galinha.

Ora, a seguir os passos da ciência, ainda metaforicamente, poderíamos dizer que a história e suas contradições (a galinha) nasceram primeiro do que a Lei e o Direito (o ovo), mas ainda assim continuaríamos discutindo como a história teve início e como os homens resolveram viver em comunidade. Neste caso, teríamos que nos socorrer de dois barbudos famosos: Freud e Marx.

Deixando de lado este singelo enigma e voltando ao começo, às vezes penso que minha descrença não é com o Direito, mas exatamente com o tempo que produz isto que hoje chamamos de Direito. Assim, a causa da minha desesperança não é o Direito, propriamente, mas um tipo de organização de sociedade que privilegia a riqueza, com descomunal desigualdade social e concentração de renda, gerando uma horda de famintos, pobres, miseráveis e excluídos.

Por fim, mesmo sabendo que o Direito e a Lei são filhos da história, penso que é nossa tarefa, dos críticos e inconformados, estudar, pensar e teorizar como o Direito pode interferir para interromper este processo de geração de pobres, miseráveis e excluídos. Porém, se isto não é possível, se o Direito não faz revoluções, pelo menos não vamos impedir que a história tenha seu curso e que as revoluções aconteçam.

* Juiz de Direito (BA), membro da Associação Juízes para a Democracia (AJD) e do Law Enforcement Against Prohibition (Leap-Brasil).

[1] História Viva. Edição Especial. Grandes Temas. Nº 40. São Paulo: Duetto Editorial, 2013.


Blog Gerivaldo Neiva, Juiz de Direito

Destaques do ABC!

*

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Blogueira cubana Yoani Sánchez deixa o Brasil


LIBERDADE DE EXPRESSÃO


A polêmica blogueira e ativista cubana Yoani Sánchez deixa o Brasil agora à noite, embarcando para Paris e em seguida para a República Tcheca.

Foi muito importante esta tumultuada semana em que a escritora cubana esteve entre nós. Ela nos mostrou uma "Cuba real", relatada por quem nasceu e vive lá há 37 anos. E sua estada aqui também serviu para nos alertar sobre os métodos de expressão da esquerda burra, totalitária, antidemocrata e tosca, que tenta a qualquer custo assassinar o caráter e a reputação da cidadã cubana.

Até "Tribunal da Inquisição" um grupelho da blogosfera suja tentou armar com "inquérito policialesco" contra Yoani, que declarou em alto e bom som logo que chegou:

"Sou uma alma livre!"

"Não me assustam os repressores!"



                                                                                   TV Cultura/Divulgação


O Twitter de Yoani agora à noite: agradecimentos e referências aos difamadores




ENTREVISTA

Cynara Menezes

Visita ao Brasil

“Não creio que em Cuba haja socialismo”, diz Yoani Sánchez


CartaCapital Você é de esquerda ou de direita?


Yoani Sánchez – Me considero uma pessoa pós-moderna, ou seja, considero que os limites e as fronteiras entre os fenômenos que vivemos não estejam tão claros. Quando alguém me pergunta se sou jornalista, digo que estou no meio do caminho entre o jornalismo, a literatura, o ativismo cívico, talvez algo de informática. Isso faz com que o produto final do meu trabalho seja um híbrido. O mesmo ocorre a respeito de temas que definem as posições ideológicas. Por exemplo: sou uma defensora da liberdade de expressão, sobretudo da liberdade de imprensa. Para muitas pessoas isso me colocaria ao lado dos liberais, do liberalismo. No entanto, também sou uma grande defensora desse setor que há em toda sociedade, mais desfavorecido. Nasci num solar de Havana, uma casa coletiva. Um solar é uma casa que foi linda, mas que com os anos foi dividida e vivem muitas famílias, com banheiros coletivos e cozinha coletiva.

CC – Aqui dizemos cortiço.

YS – Ainda hoje digo a meu marido: "Posso ir ao banheiro?" E ele responde: "Mas claro, vai. Precisa pedir?". Porque quando eu era pequena tinha que perguntar se podia ir e sempre estava ocupado… Minha família é de ferroviários, por isso me preocupo muito com as pessoas pobres. Me preocupa a situação que vivem agora os mais desfavorecidos do meu país com todas estas reformas de corte neoliberal que Raúl Castro está fazendo. Por um lado estão abrindo espaços, estão criando oportunidades para o setor privado – em Cuba se diz "setor por conta própria", mas é o setor privado. Por outro, estão criando grandes diferenças sociais, muita gente está ficando desprotegida materialmente, gente que está perdendo seus trabalhos, que não tem acesso à moeda conversível. Vou contar uma pequena história: em Cuba, temos muitos problemas com o tema da qualidade da educação, porque os salários dos professores são muito baixos e pouca gente quer ser professor. Então está acontecendo um fenômeno, as famílias estão pagando "repassadores", professores extras nas horas que os estudantes não estão na escola. E já começa a se notar, do ponto de vista acadêmico, a diferença entre os estudantes cuja família tem dinheiro para pagar um professor adicional e a família que não tem. A compra e venda de casas, uma medida largamente desejada, no entanto está provocando a redistribuição classista dos bairros. Gente que tem mais dinheiro vai para os melhores bairros e os que tem menos, para a periferia, aos piores edifícios. Isso está se fazendo sem levar em conta uma política de transparência e sem uma política de proteção a essas pessoas. Se continuar assim, teremos uma Cuba tão neoliberal quanto qualquer outro país, com as grandes diferenças e os grandes abismos. Nesse ponto, eu poderia ser tachada de esquerda. Creio que o Estado tem a obrigação de proteger as pessoas mais desfavorecidas materialmente, para que não entrem na competição da vida com desvantagens. O Estado tem a obrigação de garantir um ensino público de qualidade pelo menos até determinado nível escolar. Tem também o dever de garantir uma ajuda aos familiares. Agora, eu não creio que em Cuba haja um socialismo. Quando era pequena, tive que estudar muito as teorias marxistas, leninistas, a economia socialista, manuais que eram muito abundantes até alguns anos – agora diminuiu. E recordo que praticamente a primeira página desses manuais dizia que uma sociedade socialista ou comunista era onde os meios de produção estavam nas mãos do proletariado. Era como uma fórmula. O que acontece em Cuba? Temos um só patrão que se chama Estado ou governo ou Partido Comunista ou como você queira chamá-lo. Esse patrão tem os meios de produção em suas mãos, contrata os operários e lhes toma uma enorme mais-valia: entre o valor da produção e o salário que recebe o operário há um abismo. Imagine que em Cuba existem pessoas que trabalham confeccionando charutos e cada charuto pode custar depois, no mercado, um mínimo de 30 pesos conversíveis, mas essa pessoa recebe por mês um salário abaixo disso. Ou seja, a mais-valia é total, com o agravante de que você não pode protestar. Nós temos um patrão capitalista, a diferença é que nosso patrão é uma família, um grupo de militares que tem um discurso aparentemente de esquerda. Mas quando você observa bem, há muito de capitalismo selvagem e inclusive de feudalismo medieval.


Foto: Ariel Arias/Latin Content/Getty Images

CC – Você preferia que a revolução cubana não tivesse acontecido?

YS – Não, não. Penso que a revolução foi um bom detonante para a energia. O problema foi quando a revolução se devorou a si mesma e deixou de ser uma revolução.

CC – Quando isso ocorreu?

YS – Essa é uma grande discussão. Por exemplo: meu marido, que é jornalista e é mais velho do que eu, diz que a revolução terminou em 1968, porque neste ano Fidel Castro aplaudiu a entrada dos tanques soviéticos em Praga. E isso foi determinante: como uma revolução rebelde permite que um império – ainda que seja comunista é um império – termine com um processo nacional de rebeldia, de transformação? Outras pessoas dizem que a data foi 1980, com o êxodo de Mariel, quando mais de 120 mil cubanos disseram ao regime: "Não gostamos deste sistema". Essa foi uma maneira de votar. Minha mãe diz que para ela a revolução terminou em 1989, o ano em que fuzilaram o general Arnaldo Ochoa, que estava vinculado ao narcotráfico, mas também foi um julgamento político. Um julgamento a um setor que poderia, dentro dos próprios militares, provocar uma mudança. Ou seja, as datas são muitas. Eu não conheci a revolução. Nasci em 1975, sob muito estatismo, sovietização, rigidez. Aqueles rebeldes descidos da Serra Maestra, que pareciam tão jovens, com seus escapulários, tão reformistas, tão sonhadores, no momento em que nasci já eram uns burocratas de abdômen avantajado e muito cuidadosos cada vez que davam um passo para que nada lhes fugisse do controle. A revolução, sim, a revolução foi uma necessidade de muitas pessoas. E muita gente acreditou na revolução e muita gente se sentiu traída com a derrota final da revolução.

CC – Mas e se não tivesse ocorrido o embargo norte-americano? Poderia ser diferente, não?

YS – O embargo, sem dúvida, fez com que a revolução se radicalizasse e deu ao governo um argumento para explicar tudo. Mas eu não creio que realmente o tema das liberdades fosse diferente sem o embargo. Simplesmente vivemos sob um sistema pensado para que o indivíduo não possa ser livre, porque se é livre, começa a perguntar, a questionar, a se associar, a buscar informação e o sistema não funciona, porque é um sistema que está baseado em que o mundo é um inferno e Cuba é um paraíso. "Você tem que se conformar com o zoológico porque lá fora é a selva": essa é a dicotomia que explora o governo cubano. Quando a pessoa abre os olhos, lê outra literatura, contacta com outras pessoas, essa dicotomia começa a ruir, já não funciona.

CC – Para nós, o que parece injusto é que um país gigante tente esmagar durante anos uma ilha pequena só porque decidiu fazer diferente e ser comunista.

YS – Esse é o símbolo de Davi contra Golias. Mas o Davi que eu conheço se chama povo cubano. E o Golias que faz a minha vida difícil é o governo de Cuba.

CC – Você não teme que acabe o regime dos Castro e Cuba caia em mãos dos cubanos de Miami, que são políticos da pior direita inclusive para os Estados Unidos? Ou seja, pular da frigideira direto para o fogo?

YS – A Cuba do futuro tem muitos riscos, mas não é por isso que vamos nos conformar com o presente. Não é uma atitude de esquerda se paralisar por temor ao futuro. A atitude de esquerda é: vamos à mudança! E depois encontraremos soluções para os problemas que irão surgindo. Não tenho esse temor, mesmo porque o exílio de Miami também é um estereótipo. Agora mesmo é um exílio muito plural. Passaram-se 54 anos desde que começou o exílio, os que se foram em 1959 ou nos anos 1960 já são octogenários. Ao exílio ou à emigração, como chamam agora, chegou uma nova geração com outra mentalidade. Inclusive, nas últimas votações para presidente, um amplo setor da Flórida votou em Barack Obama. No último ano, 400 mil cubanos viajaram à ilha, vindos principalmente dos EUA. É um sinal que lhes importa mais agora os vínculos familiares do que o tema político ou econômico. Não tenho esse temor realmente de que ocorra a miamização de Cuba, primeiro porque não creio que o dilema nacional seja os Castro hoje ou Miami amanhã. Em meu país há gente talentosa, com muito critério e muito patriotismo. O patriotismo não tem nada a ver com o governo atual ou o sistema comunista. Amar Cuba é outra coisa, não é amar uma ideologia, é amar os coqueiros, José Martí, a música, viver ali. É preciso diferenciar isso. E penso que o desafio do futuro será aproveitar esse conhecimento, esse capital que tem os mais de 2 milhões de emigrados cubanos que hoje não têm nem mesmo o direito ao voto em seu país natal, conseguir que esse exílio se integre à vida nacional, mas sem que esmaguem a nós, os cidadãos que vivemos ali. Um dos grandes temas da Justiça do futuro será o tema das devoluções de propriedades. Outro será como estruturar o tema empresarial para que os emigrados não tenham vantagens sobre os nacionais que não temos capitais. Mas de verdade não temo isso. Tem muita gente que diz: "Você não teme que chegue o McDonald’s em Cuba?" Não, não temo, chegará. O que me preocupa muito agora é que o operário cubano, para comer um hambúrguer, precise trabalhar dois dias completos. Não me importa que se chame McDonald’s ou McCastro, mas que as pessoas tenham a oportunidade de ter um salário digno que lhes permita escolher entre comer vegetais ou um hambúrguer.

CC – Você fala muito de direitos humanos. O que acha dos presos norte-americanos em Guantánamo?

YS – É um horror dos EUA, uma ilegalidade. Infelizmente não posso fazer nada quanto a isso.

CC – O que é o melhor que pode acontecer em Cuba? Haver eleições?

YS – Acho que sim. Mas é importante que a pressão venha da cidadania, que as próprias estruturas que estão nascendo, os grupos – todos pacíficos – da oposição, da sociedade civil, o jornalismo independente, consigam pressionar o governo. Isso seria o ideal. Pressionar para que comecem logo uma série de reformas não só no plano econômico como político. Creio que o principal é despenalizar a divergência. Me dizem: "Bom, isso não é uma lei". Mas é importante. Em Cuba tem muita gente talentosa que tem iniciativas e programas de mudança pensados na nação, mas que agora tem medo de divulgá-los. Conheço economistas que tem programas para sanear a economia, como eliminar a dualidade monetária, mas dizem: "Eu não posso mostrar isso porque vão me acusar de ser da CIA, do império". Muita gente tem medo de dizer suas propostas. Quando o governo cubano, Raúl Castro, tome o microfone e diga "neste país nunca mais ninguém vai ser nem encarcerado, nem golpeado, nem estigmatizado por pensar diferente do governo, por ter outra tendência política ou outra opinião sobre a economia ou as finanças", nesse dia tudo começa a mudar porque as pessoas vão começar a se atrever a dizer o que pensam.

CC – Se Cuba vai tão mal, por que as pessoas não se revoltam?

YS – As pessoas em Cuba se rebelam emigrando. A revolta cubana não está na praça Tahrir, está do lado de fora dos consulados. É muito diferente. No Egito e na América do Norte se acumulou uma massa de jovens inconformados com o sistema, com essas ditaduras de muitos anos. Em Cuba temos um grande déficit de jovens, de natalidade. Cuba tem a natalidade de um país de primeiro mundo e a emigração de um país de terceiro. Ou seja, a população está entre duas tendências. Uma, parece, muito positiva, e outra, muito negativa. Não há essa população jovem tão grande. Por outro lado, a tecnologia está num estado muito rudimentar. Para a Primavera Árabe foram determinantes as redes sociais, os telefones celulares, blackberries.

CC – Isso, sim, tem a ver com o embargo… A tecnologia não chega a Cuba.

YS – Mais ou menos. Por um lado, sim, pela possibilidade de comprar a tecnologia. Mas a tecnologia é vendida na China, no Japão, no Panamá. Há um monte de telefones chineses. O problema tem a ver com os custos da telefonia celular em Cuba. O telefone celular se paga com pesos conversíveis, não se paga com moeda nacional. Um SMS que se envia a um celular estrangeiro custa um peso conversível em Cuba, enquanto o salário médio mensal são 20 pesos conversíveis. É uma limitação econômica. Há cerca de 1,8 milhões de celulares para uma população de 8 milhões. Essa infra-estrutura de convocatória online, que funcionou muito na Primavera Árabe, está em estado muito primitivo em Cuba. Outra limitação é que as pessoas não têm consciência cívica. Durante anos o Estado se ocupou tanto de tudo que muitas pessoas, contemporâneas minhas, sentem que o país não lhes pertence. O país é do governo, é do partido, de Fidel. Estão apáticas. Quando têm um pouco de rebeldia, não a usam para enfrentar um repressor na rua, mas para enfrentar um tubarão no estreito da Flórida. Creio que nós, cubanos, votamos com os pés. Não protestamos, mas votamos indo-nos do país.

CC – Você crê que agora que mudaram as leis migratórias pode haver um êxodo?

YS – Há muita gente planejando ir embora. Inclusive nos dias em que estive organizando os vistos, vi muita gente jovem do lado de fora dos consulados. É difícil, porque há muitos requisitos para conseguir um visto, mas os cubanos são engenhosos. Então o que estão fazendo? Vendem suas propriedades, a casa, o automóvel, e com esse dinheiro compram uma passagem para um país que não pede visto. Um dos primeiros sinais é que na Aeroflot, que voa de Cuba a Moscou, se esgotaram todos os bilhetes na primeira semana. Por que? Porque a Rússia não pede visto para os cubanos. Então vão para aí e usam este país como trampolim para ir a outra parte. Sim, vai haver uma saída em massa.

CC – Além da liberdade de expressão, o que mais você inveja no capitalismo?

YS – Eu vivo sob um capitalismo de Estado. Vivi também em outras sociedades, passei dois anos na Suíça, e lembro que me impactava muito o acesso à informação, poder escolher um jornal ou outro. E também o estímulo que o cidadão tem para prosperar. Em meu país, as pessoas sabem que trabalhar mais não vai lhes dar uma vida melhor. Então há muita apatia para trabalhar. Um pouco de competição não é ruim, faz a pessoa tentar se superar, melhorar, subir. Em Cuba vivemos todo o contrário. Tem gente que pensa: "Para que trabalhar, se de todas as maneiras com o subsídio alimentar posso viver, muito mal, mas posso?" Foi desestimulada a criação de riqueza nacional e pessoal, e isso me parece que tem que ser estimulado. Com a empresa privada, a pequena e média empresa, o cooperativismo, que será muito importante para a transição em Cuba. A criação de cooperativas de trabalhadores, agrícolas e industriais.

CC – Escutei você falar relativamente bem de Mariela Castro. Poderia ser uma saída ao regime que se tornasse presidenta, sucedendo seu pai?

YS – Eu não acredito que ela queira. Me parece que está mais focada na sexualidade e em seu trabalho no centro de educação sexual. Sim, poderia ser uma maneira de moderar o regime. Mas creio que criaria muito inconformismo nas pessoas, seria uma evidência de nepotismo muito clara: do irmão mais velho ao caçula e à filha deste. Nos deixaria um sabor tão amargo na boca que, por melhor que fosse sua presidência, sempre nos ficaria a impressão de que somos um reino que se herda consanguineamente.

CC – E se fossem convocadas eleições e ela se candidatasse?

YS – Eu não votaria nela. Ainda que faça um trabalho muito bom do ponto de vista da sexualidade e do respeito às diferenças, me parece uma pessoa com sérias dificuldades para dialogar. Todas as vezes que tentei um debate de ideias, recebi respostas muito agressivas. Quando um político age assim, tem muitas possibilidades de se converter em um ditador.

CC – Você falou que em Cuba a imprensa é monopólio estatal, já que só há um jornal, o Granma. Você sabe que no Brasil seis famílias detêm 70% da imprensa? Também é monopólio, não?

YS – Me parece uma boa razão para que os brasileiros lutem para mudar essa situação. Eu estou lutando no meu país para mudar a minha.


A Blogueira Popstar e o "Tribunal da Inquisição"


O tiro saiu pela culatra. Os esquerdinhas anacrônicos, que na semana que passou perseguiram e violaram direitos da cidadã cubana Yoani Sánchez, difamando-a, ofendendo-a, promovendo violência moral e psicológica e quase agredindo-a fisicamente, se deram muito mal. O mesmo se pode dizer de setores da blogosfera totalitária, aquela que se diz "progressista".


O assassinato de caráter e reputação que tentam fazer da ativista tem que ser denunciado e repudiado por todos os cidadãos de bem. É um dever moral de cada um de nós.


Agora, um boboca arrogante e vaidoso, que em seu blog rechaça opiniões contrárias, tão "democrata" que é, alinhavou um rol de acusações contra a blogueira cubana, um verdadeiro inquérito policialesco.

Com que autoridade a blogosfera suja, à qual este senhor serve, montou um TRIBUNAL DA INQUISIÇÃO contra Yoani Sánchez?



Alpino/Yahoo

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Brasileiros pedem desculpas a Yoani Sánchez


YOANI SÁNCHEZ NO BRASIL


Felizmente é uma minoria - mal-educada, grosseira, tacanha, autoritária, tosca, anacrônica... - que promove ataques, difamação e linchamento moral da escritora e blogueira cubana Yoani Sánchez.

"Filhotes da ditadura", democratas de "meia tigela", não respeitam os direitos da cidadã cubana de vir ao Brasil, participar de eventos, dar entrevistas e palestras e expressar suas opiniões.

Por sorte a ativista cubana sabe bem o que é intimidação e constrangimento, e vem recebendo muitas manifestações de carinho e solidariedade por onde passa. No Recife, um advogado mandou instalar um outdoor com pedido de desculpas à blogueira!!!

Hoje Yoani se despede do Brasil passeando e sendo tietada no Rio de Janeiro. Em seu Twitter, ela nos contou horas atrás:

"Calor humano por todos lados..."

"La gente en la calle con mucho cariño hacia mí. Muchos gritan Viva Cuba Libre!!!"

                                                            Facebook/Yoani Sánchez


BLOGUEIRA
Outdoor na Agamenon Magalhães pede desculpas a Yoani Sánchez


Peça foi assinada pelo advogado Silvio Amorim


Foto: Clemilson Campos/JC Imagem



Quem passa pela Avenida Agamenon Magalhães, uma das mais importantes e movimentadas do Recife, pode perceber um outdoor fazendo referência à passagem da cubana Yoani Sánchez pelo País. Mais: a peça, colocada na tarde deste sábado (23), é um pedido de desculpas pela hostilidade com que a blogueira foi tratada quando esteve no Brasil, inclusive em Pernambuco. A peça foi assinada pelo advogado Silvio Amorim.

"Fiquei envergonhado com tudo que Yoani passou aqui no Brasil. Uma pessoa que sofreu tanto na vida em Cuba, consegue um visto para deixar o país dela, vem ao Brasil e é tratada daquele jeito, com protestos e falta de respeito. O que fizeram com Yoani está longe de ser liberdade de expressão. Foi desrespeito, canalhice", disse Silvio Amorim.

O advogado lembrou dom Helder Câmara ao falar sobre o caso. "Dom Helder foi várias vezes a outros países, durante a ditadura militar, e nunca foi hostilizado dessa forma. Se tivesse sido, ficaríamos revoltados. Por que tratar Yoani daquele jeito? Fiz o outdoor na esperança que, de alguma forma, ela fique sabendo que a grande maioria dos brasileiros e sobretudo dos pernambucanos não concorda com a forma como ela foi tratada aqui".

Por onde passou, Yoani foi alvo de protestos. Em Pernambuco, o protesto aconteceu no Aeroporto dos Guararapes. Em Feira de Santana, na Bahia, os protestos foram mais pesados e alguns eventos precisaram ser cancelados. Em entrevista, a blogueira disse que o protesto era uma forma de expressão que ela não tinha em Cuba, mas a violência com que eles estavam acontecendo no Brasil a assustava.

Jornal do Commercio Online

Destaques do ABC!

*

Blogosfera "progressista" semeia ódio contra Yoani Sánchez


OPINIÃO


Falsos, antidemocratas, partidários do pensamento único, alguns representantes da blogosfera dita "progressista" participam do linchamento moral contra a cidadã cubana Yoani Sánchez, ativista e blogueira. Hoje tem gente na blogosfera "descendo do salto" e dando um piti, de forma infantiloide, tosca e ridícula.

Eu sei do que estou falando, pois fui vítima da ignorância desse grupelho. Não admitem independência, pensamento autônomo, diversidade de opinião.

Teria sido muito mais educado e republicano da parte deles convidar a mundialmente famosa blogueira cubana para um debate no tal Centro de Estudos da Mídia Alternativa, em vez de ficarem, covardemente, reproduzindo ataques e participando de bullying virtual contra ela. E insuflando ódio de seus leitores a uma cidadã cubana, blogueira e tuiteira, que escreve sobre o dia a dia do país em que nasceu e vive há 37 anos.

Intolerância. Truculência. Totalitarismo. Ressentimento. Inveja.

A alma humana é mesmo insondável.

Os vários prêmios internacionais recebidos por Yoani Sánchez, seus milhares de seguidores e acessos no mundo todo, podem estar mexendo com a indisfarçável vaidade e a dolorosa mediocridade de alguns colegas de blogosfera.

Abaixo um artigo publicado antes do embarque de Yoani para o Brasil, já prevendo o festival de baixarias que ela teria que encarar.


                                                         Yoani Sánchez/Facebook

Os ataques rasteiros a Yoani Sánchez

A mulher é uma ricaça, regressou a Cuba só para lucrar com a infelicidade alheia, e de lá sai apenas para confabular com reacionários.


Daniel Lopes (17/02/2013)



— O PC cubano vai ao Photoshop –

A jornalista e ativista pró-democracia Yoani Sánchez enfim está saindo de Cuba para uma passagem por vários países, entre os quais o Brasil. Os veículos mais respeitáveis da esquerda ainda não publicaram seus textos ok-a-causa-dela-é-justa-mas-ela-também-não-é-nenhum-anjo. Mas ativistas e sites das camadas mais baixas, mas não pouco influentes, da banda progressista nacional já se movimentam há alguns dias, e se movimentarão ainda mais nos dias que seguem. Não, eles não acham que Yoani seja um anjo.

Uma das denúncias mais frequentes e toscas que se faz à blogueira é a de sua condição de “rica”. Sem dúvida, o salário pago a ela pelo jornal espanhol El País é bem razoável, apesar de não lhe transformar numa milionária. (Uma variante desse ataque é a linha do PC cubano de que a escritora “recebe dinheiro de potências estrangeiras”.) O que ela ganha, faz por merecer: por seu texto de qualidade, sua condição de dissidente célebre e seu papel de correspondente de um dos jornais mais respeitáveis do mundo na capital da última ditadura do continente americano. Para quem estiver realmente preocupado, há muitos outros trabalhadores com ocupação mais lamentável em Cuba – por exemplo, diretores de prisões que guardam presos políticos – e, possivelmente, com melhores salários.

Outros ataques apontam o fato de, embora Yoani ter passado os últimos tempos reclamando que não podia sair de Cuba, ela na verdade já ter conseguido sair, anos atrás, mas mesmo assim resolveu voltar. Esse é o argumento “Cuba: ame-a ou deixe-a”. Porque ninguém deve ter o direito de ficar num país se for para fazer oposição cerrada ao governo, ou tem? Yoani é cubana e com orgulho. Conhece como poucos a cultura do país. Não passa pela cabeça dos críticos que, ao manter campanha permanente contra a gerontocracia, ela honestamente queira o melhor para o país, porque os críticos associaram a gerontocracia ao melhor de Cuba.

O fato de Yoani ter saído e regressado a Cuba prova, na cabeça dessa esquerda com que estamos preocupados, que o regime cubano não pode ser tão ditatorial quanto dizem. Mas, sim, ele é. Não ter permitido a volta da blogueira lá atrás teria sido uma amostra de autoritarismo, da mesma forma que foi uma amostra de autoritarismo ter permitido a entrada mas não futuras saídas. E agora que Yoani pôde sair? Isso indica um relaxamento nesse ponto específico, relaxamento que se deve em grande parte a uma pressão internacional e nada a quem nunca achou que havia algo para relaxar, pra começo de conversa. Que ninguém se engane, porém: ainda há um longo caminho até a democratização.

Um intelectual bastante referenciado pelos ativistas brasileiros “pró-Cuba” é o sociólogo francês Salim Lamrani. Nunca ouviu falar? Não se preocupe, eu apresento. Lamrani é um professor universitário cuja especialidade é Cuba, e as relações desta com os Estados Unidos. Na opinião do professor Lamrani – que já subscreveu seu nome em vários manifestos por um mundo melhor –, virtualmente não há problemas em Cuba e, quando os há, é unicamente por culpa do bloqueio econômico estadunidense. No texto mais recente do destemido ensaísta traduzido no Brasil, publicado no Opera Mundi, ele jura que existe plena liberdade para debates na ilha e que Raúl Castro é “o verdadeiro dissidente” do pedaço. Pois é. Percepções em contrário existem apenas por culpa do “Ocidente” – essa entidade que, quando não está fazendo mal ao mundo, está interpretando mal o bem que se faz no mundo.

Salim Lamrani é a única autoridade que Altamiro Borges evocou para passar adiante bobagens contra Yoani Sánchez. Intelectualmente, Altamiro não existe. Se o cito aqui é porque ele personifica a chamada blogosfera progressista brasileira, e tem muitos milhares de leitores e seguidores. Ele também é “secretário nacional de Questão da Mídia” do Partido Comunista do Brasil, agremiação da base de apoio do governo federal, o que mostra como a defesa da “democratização da mídia” está muitas vezes nas mãos de apologistas de ditaduras. O PCdoB, por sua vez, é um exemplo acabado de falência moral na esquerda. Tendo nascido entusiasta de Mao Zedong e lutado para emplacar um maoísmo adaptado às condições brasileiras, as bases do partido se mostram há algum tempo menos empolgadas com a China – país que chegou naquele estágio do socialismo em que falar mal do capitalismo dá cadeia – e mais afeitas a experiências mais próximas como Cuba e socialismos do século 21.

Uma linha que vai correr solta quando Yoani estiver pelo Brasil será a de que ela veio apenas ou principalmente para participar do Fórum da Liberdade, “de direita”. Primeiro: não, não veio. Segundo: bem, meus amigos, eu aposto que a moça adoraria receber um convite para debater Cuba, digamos, na sede da União Nacional dos Estudantes. Mas, se este e outros locais estão com as portas fechadas – ocorrendo também de, no caso da UNE, serem na verdade propagandistas do regime caribenho –, o que a jornalista deveria fazer? Falar apenas em praça pública? Esperar até que a esquerda se revolte contra a ditadura de esquerda e aí então lhe convide para um chá? No início do ano passado, Yoani teria gostado de vir ao Brasil para o lançamento do documentário Conexão Cuba-Honduras. Na ocasião, o senador Eduardo Suplicy soltou uma carta aberta ao embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora Rodríguez, intercedendo em prol da dissidente. Em vão.

Por outro lado, o que o senhor Rodríguez fez, agora, foi transformar a embaixada cubana em Brasília num centro para propagação de calúnias contra Yoani Sánchez. De acordo com o apurado pela Veja, gente do PT, do PCdoB e da CUT esteve reunida com representantes da ditadura, entre os quais um “conselheiro político” (Rafael Hidalgo) e o próprio embaixador. Na ocasião, foi apresentado um “dossiê” recheado de informações supostamente constrangedoras sobre Yoani, para serem espalhadas durante sua passagem pelo Brasil.

Independente do escalão, a presença de gente do PCdoB numa reunião dessas jamais me surpreenderia. Da CUT, deve ter sido gente pequena, nos dois sentidos. Do PT, idem. Exceto pela presença de Augusto Poppi Martins, nada menos que assessor do influente ministro Gilberto Carvalho. Isso é preocupante e justificaria a presença de Carvalho para prestar esclarecimentos no Congresso. Poppi Martins recebe salário para ser “coordenador geral de Novas Mídias” da Secretaria-Geral da presidência.


Amálgama

Destaques do ABC!

*

Protestos contra Yoani terminam no McDonald's


RIR PRA NÃO CHORAR



                                                        Do Facebook de Yoani Sánchez

Protesto Revolucionário contra Yoani Sánchez termina no McDonald's

EMMANUEL GOLDSTEIN 

Para comemorar mais um dia cansativo de protestos democráticos contra a blogueira Yoani Sánchez, grupos de manifestantes progressistas ligados a UJS (União da Juventude Socialista), ao PC do B e ao PT, fizeram uma pausa na Revolução para comer os lanches deliciosos preparados por uma empresa capitalista em um shopping no Conjunto Nacional, na região central de São Paulo.

Inicialmente houve uma votação para escolher a rede de "fast food" que mataria a fome revolucionária. Entre as diversas opções (Bob's, Subway, McDonald's, Burger King, etc.), o McDonald's venceu com ampla vantagem. Somente um manifestante discordou da decisão e afirmou categoricamente que "a metade dos votos foi comprada". "Não existem provas concretas de que os votos foram comprados", disse o líder do PT.


Para resolver o imbróglio, criou-se um Tribunal Revolucionário. Após um julgamento justo e sumário, com direito à ampla acusação e nenhuma defesa, o agente provocador foi democraticamente expulso. "Sempre desconfiei que ele fosse um direitista agente da CIA", declarou o Promotor Revolucionário de Acusação (nomeado pelo líder do PT).

A maioria optou pelo McLanche Feliz. "O MST sempre come aqui no McDonald's. No meu McLanche Feliz veio o Toonix Punk. Batizei ele de Vladimir Lênin!", disse um militonto da UJS.

Enquanto lanchavam e conversavam, surgiu uma discussão séria sobre a abolição da propriedade privada e a estatização dos meios de produção do McDonald's. "... pelo bem e pela felicidade de nosso povo e dos trabalhadores de todo o mundo!", berrou um militante do PC do B.


"A vitória alcançada na Revolução Cubana repercute ainda de maneira profunda nos corações revolucionários da classe operária. O McDonald's deve ser convertido em patrimônio dos povos, a serviço da humanidade! McStalin para todos!", declarou um militante do PT.

Terminado os comes e bebes, os revolucionários socialistas tupiniquins foram fumar maconha no vão livre do MASP. "A maconha aumenta as capacidades cognitivas e a inteligência", declarou o líder da UJS.







Comentários

Luis 23-02-2013 13:08
Estava no banheiro e perguntei para um dos revolucionários que ali estava com a bandeira de Cuba e um pano na mão: - O que acontece companheiro?. ele respondeu: "esses... FDP, pisaram no meu Nike novinho".

Bia 22-02-2013 15:59
Bom saber q n sou a [unica que acredita nesses meteoros fake. ah...ujs [e ujs. Esperavam o que?!

Alexandre Oliveira 22-02-2013 14:00
"Terminado os comes e bebes, os revolucionários socialistas tupiniquins foram fumar maconha no vão livre do MASP."
Como não poderia deixar de ser... Sensacional!

Vanguarda Popular

Destaques do ABC!

*